Os participantes da 6ª Assembleia Nacional da Pontifícia Obra
da Propagação da Fé (POPF) que acontece em Brasília (DF) concentraram-se na
manhã deste sábado, 14, no estudo do tema “comunicação e missão”. A reflexão
foi apresentada pelo padre Jaime Carlos Patias, secretário da Pontifícia União
Missionária e assessor de comunicação das POM.
“Temos uma valiosa mensagem para
comunicar: Jesus Cristo e a Boa Notícia do Reino de Deus. Esta mensagem
destina-se em especial aos que ainda não a conhecem. Por isso comunicação e
missão tem tudo a ver”, afirmou padre Jaime. “Entre as comunidades cristãs,
contudo, precisamos comunicar a força transformadora dessa mensagem. A missão
da Igreja é comunicar, ad
intra e ad extra a proximidade de Deus com as pessoas e
culturas, das pessoas com Deus e das pessoas entre si”, completou.
Padre Jaime explicou que todo o
ser humano tem direito à liberdade de expressão. Num estado democrático de
direito, tudo aquilo que é de interesse social há que ser gerido ou controlado
pela sociedade através das suas instituições. Os meios de comunicação nascem
com a vocação de ser a voz crítica dos cidadãos. A Constituição assegura o
direito à liberdade de expressão e ao acesso à comunicação, porém as concessões
para operar meios de comunicação estão nas mãos de poucos. “No Brasil, apenas
11 famílias controlam os principais meios e o brasileiro deve se sujeitar a
receber informações filtradas por esses grupos. A globalização econômica é
também a globalização da mídia de massa, da comunicação e da informação. Os
meios de comunicação não se apresentam mais como mecanismos de defesa da cidadania
ou como um contrapoder. São empresas a serviço do poder, da indústria cultural
e do consumo. Jornalismo virou produto de consumo. Por isso, na Sociedade do Espetáculo’ a
mídia mercantil é um caso perdido para a compreensão do mundo contemporâneo. A
saída é utilizar os meios alternativos que não obedecem aos poderosos”,
sugeriu.
Padre Jaime lembrou ainda que a Constituição Federal (art. 220) proíbe monopólios e oligopólios diretos e indiretos dos meios de comunicação, mas os governos se omitem por receio de contrariar os megagrupos. Persiste o coronelismo eletrônico através concessões diretas ou indiretas de licenças de rádio e televisão a políticos enquanto as rádios comunitárias são fechadas. “Precisamos trabalhar para exigir a democratização dos meios como um direito à liberdade de expressão”.
O assessor fez uma constatação:
“com o advento da comunicação digital, em nenhum período na história tivemos
tanto acesso à informação rápida, em quantidade e com facilidade. Não obstante
a isso, permanece o desafio: educar para a capacidade de pensar, superar a
superficialidade, a concentração de difusão de informações, transformar
informações em conhecimento e politizar as informações em vista do bem comum”.
Segundo o missionário, as
realidades e contextos ditam as pautas da Missão, daí a importância de
articular fé e vida. “Comunicação é para informar e dinamizar os eventos e
campanhas para gerar processos de transformação. Não podemos somente ficar
fazendo encontros, mas trabalhar movidos pelas grandes questões que dizem
respeito à juventude”, concluiu sugerindo iniciativas da animação missionária
para cada mês do ano.
Campanha da Fraternidade
2014
Em seguida, padre Luiz Carlos
Dias, coordenador da Secretaria Executiva da Campanha da Fraternidade (CF) da
CNBB apresentou o tema proposto para 2014: “Fraternidade e Tráfico humano”.
Partindo do texto base da CF o assessor explicou que, acima de tudo se trata de
“um Projeto de Evangelização da Igreja no Brasil. A finalidade é gerar
fraternidade sendo esse o seu caráter evangelizador. Fraternidade é sinal de
conversão e no tempo de Quaresma, os temas ajudam a concretizar essa
conversão”, disse. “Para isso também serve a coleta feita no Domingos de Ramos
destinada aos pobres”, completou.
Segundo o assessor da CNBB, o
tema deste ano é bastante desafiador, mas a ideia é provocar a sociedade com a
pergunta bíblica: ‘onde está o teu irmão?’ Ele esclareceu que, para se
configurar como Tráfico, segundo o Protocolo de Palermo em vigor
internacionalmente desde o ano (2003), três elementos são necessários: os atos
(recrutamento, transportes, alojamento), os meios (ameaças, uso da força,
rapto, abuso de autoridade) e a finalidade de exploração (prostituição,
exploração sexual, trabalho forçado, remoção de órgãos).
Padre Luiz frisou ainda que para
a configuração de crime de tráfico humano, o consentimento da vítima é
irrelevante.
A Campanha que acontece há 50
anos, em 2014 tem por objetivo enfrentar as principais modalidades de tráfico:
exploração de trabalho; exploração sexual; extração de órgãos e tráfico de
crianças e adolescentes. “A grande dificuldade está em detectar as grandes
redes de tráfico uma vez que agem de forma fragmentada. Além disso, os
aliciadores se apresentam como pessoas com certo grau de importância sem
levantar suspeitas”, ressaltou padre Luiz.
Quanto à iluminação bíblica a
Campanha parte do princípio de que Deus criou os seres humanos com a mesma
dignidade. As escravidões dos faraós no Egito já mostravam a exploração. Os
profetas também denunciaram injustiças contra os mais fracos. Em Jesus Cristo
vemos a importância da proximidade entre as pessoas para gerar respeito,
fraternidade e solidariedade.
Participam do encontro anual
todos os coordenadores estaduais da Juventude Missionária (JM), além de
representantes das Famílias Missionárias, Grupos Missionários, Idosos e
Enfermos Missionários. Os trabalhos que iniciaram na quinta, 12, encerram neste
domingo, 15, com uma missa presidida por dom Valdir Mamede, bispo auxiliar de
Brasília e referencial para a Missão no Regional Centro Oeste da CNBB e a
definição da programação para 2014.
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Começa a Assembleia Nacional daPontifícia Obra da Propagação da Fé
Assessoria de Imprensa POM
FONTE: POM - 15/12/2013
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